Por quê junho é o Mês do Orgulho?

Por Fernanda Festucci | Braptec

O mês de junho é um momento importante para celebrar a diversidade e lutar por igualdade e respeito para todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Afinal, andar na contramão da opressão, é um desafio que tem sido enfrentado por muito tempo, especialmente por aqueles que não se enquadram na visão tradicional e conservadora de sexualidade e gênero.

Nos anos 60, pessoas LGBTQIA+ eram consideradas doentes mentais nos Estados Unidos. No Reino Unido, era crime. A OMS desconsiderou a homossexualidade como doença (chamada de “homossexualismo”) apenas em 1990 e a transexualidade, só em 2019 – pasme!

Mas por que junho?

Nos anos 60 e 70, policiais americanos invadiam estabelecimentos frequentados por pessoas LGBTQIA+.

No dia 28 de junho de 1969, a polícia entrou no clube Stonewall Inn para fechá-lo, agrediu os frequentadores e prendeu quem não usava roupas adequadas ao seu sexo biológico, como mandava a lei.

Naquele momento, no entanto, clientes do bar e pessoas das redondezas decidiram revidar. Do lado de fora do prédio, elas jogaram moedas e garrafas nos oficiais.

A revolta rapidamente escalou para um incêndio dentro do bar e viaturas foram viradas de cabeça para baixo. Marchas se deram por seis dias depois. O evento ficou conhecido como revolta de Stonewall.

A partir daí, organizações como a Aliança de Ativistas Gays e a Frente da Libertação Gay foram formadas. Com isso, o movimento LGBTQIA+ começou a ganhar força e a se organizar, resultando em marchas que unem a resistência com o orgulho de ser – lésbica, gay, bissexual, pansexual, transgênero, queer, intersexual, assexual e muitos outros.

A primeira marcha do Orgulho aconteceu no ano seguinte, 1970 e, a partir daquele junho, a população LGBTQIA+ marcha no mesmo mês todos os anos para educar, lutar e se orgulhar da própria existência, além de lembrar daqueles que vieram antes.

Para cada letra um motivo de orgulho

Apesar de se unirem como um grupo forte ao longo dos anos, cada letra da sigla LGBTQ+ representa uma singularidade dentro da comunidade, relacionada à orientação sexual e/ou identidade de gênero.

Na década de 1990, GLS era a sigla que definia os espaços, os serviços e os eventos para a comunidade gay. Entretanto, por ser excludente, a Associação Brasileira LGBT (ABGLT) atualizou a nomenclatura para LGBTQIA+, para representar todos grupos e variações de sexualidade e gênero.

Afinal, o mundo é mais bonito quando entendemos e respeitamos a individualidade do ser humano!

Conheça, a seguir, os termos que todas essas letras abrigam.

🔸 AGÊNERO: que tem identidade de gênero neutra

🔸 ANDRÓGENO: pessoa cuja expressão de gênero transita entre homem e mulher

🔸 ASSEXUAL: que não possui desejos sexuais

🔸 BISSEXUAL: que sente atração por homens e mulheres

🔸 CROSSDRESSER: que usa roupas do gênero oposto ocasionalmente, mas não faz modificações permanentes

🔸 DRAG QUEEN/KING: que se monta como o gênero oposto para performances artísticas

🔸 GAY: homem que sente atração afetiva por outros homens

🔸 GÊNERO FLUIDO: que é ou se entende como mulher em algum momento da vida, homem em outro

🔸 INTERSEXUAL: que tem características sexuais femininas e masculinas – genitália e aparelho reprodutor

🔸 LÉSBICA: mulher que sente atração afetiva por outras mulheres

🔸 NÃO BINÁRIO: seu gênero está além ou entre homem e mulher e pode defini-lo com outro nome e de maneira totalmente diferente

🔸 PANSEXUAL: que sente atração sexual ou romântica por qualquer sexo

🔸 QUEER: todos que não se encaixam na heterocisnormatividade

🔸 TRAVESTI: que nasceram no gênero masculino, mas se entendem pertencentes ao gênero feminino, porém não reivindicam a identidade “mulher”

🔸 TRANSEXUAL/TRANSGÊNERO: que assume uma identidade oposta ao gênero que nasceu, ligada ao psicológico e não ao físico, pois pode haver ou não uma mudança fisiológica para adequação

🔸 CISGÊNERO: quando a identidade de gênero do indivíduo está de acordo com a identidade de gênero socialmente atribuída ao seu sexo.

Independentemente de todos esses “nomes”, o importante é respeitar a nomenclatura com a qual o indivíduo se identifica e como ele se autodenomina.

Bandeiras e Símbolos

Além dos objetivos do movimento em conjunto, cada grupo possui suas próprias demandas. As bandeiras e símbolos são formas de alcançar mais visibilidade e demonstrar orgulho dentro e fora da comunidade.

O arco-íris é o símbolo mais comumente associado ao movimento, criado pelo artista norte-americano Gilbert Baker em 1978. A bandeira original, exibida pela primeira vez na Parada Gay da Liberdade de São Francisco, nos Estados Unidos, tinha oito cores, das quais seis permanecem até hoje.

Cada uma das cores tem um significado próprio e juntas representam a diversidade. O vermelho simboliza a vida; o laranja, cura ou saúde; o amarelo, a luz do sol; o verde, a natureza; o azul, a arte; e o lilás, o espírito.

É fundamental lembrar que o orgulho LGBTQIA+ é muito mais do que uma celebração anual ou um movimento político. É uma afirmação de que todas as formas de amor são válidas e merecem ser respeitadas. É uma luta diária por igualdade de direitos e por um mundo onde todas as pessoas possam ser livres para serem quem são, sem medo de discriminação ou violência.

Por isso, vamos continuar a lutar juntos, com orgulho e determinação, para construir um futuro mais justo e inclusivo para todas as pessoas LGBTQIA+ e para toda a humanidade.

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